Geografia

Desenvolvimento e evolução da vida na Terra

O planeta Terra tornou-se um local bastante apropriado para o desenvolvimento e a evolução das mais variadas formas de vida.

O número de espécies que existem atualmente no mundo é muito maior do que há 600 milhões de anos. Com o tempo, o planeta Terra tomou-se muito apropriado para o desenvolvimento e a evolução das mais variadas formas de vida. Veja o slide abaixo

 

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Embora não saibamos exatamente como a vida começou, ou se ela é um fenômeno exclusivo da Terra, podemos afirmar que a grande diversidade de espécies de vida presentes em nosso planeta tem estreita relação com a grande diversidade de ambientes, lugares e paisagens encontrados na Terra.

Forças e fenômenos a que genericamente chamamos de naturais e que existem desde muito antes de o homem surgir no planeta foram inicialmente os grandes responsáveis pela diversificação dos ambientes terrestres.

Os movimentos das placas tectônicas, a circulação das massas de ar, os movimentos que a Terra executa em torno do Sol e a circulação das correntes marítimas são os fenômenos que explicam a existência de uma grande floresta, de um deserto, de uma montanha com picos nevados ou de uma praia tropical.

Nesses distintos ambientes desenvolveram-se várias formas de vida, e, evidentemente, sobreviveram aquelas mais bem adaptadas às características de cada um desses lugares. A presença ou não de água, as diferenças de temperatura, as condições do relevo, a disponibilidade de alimentos e o teor de salinidade da água são, entre muitas outras, condições suficientes para explicar e determinar a localização de diversos agrupamentos de animais e de plantas que se distribuem por uma infinidade de paisagens terrestres.

Dessa forma, as plantas e os animais de ambientes aquáticos não são os mesmos que existem em terra firme. E as manifestações de vida dos lagos e rios de água doce também são muito distintas daquelas existentes nos lagos e mares salgados. Assim como são diferentes as plantas e os animais de terra firme conforme a altitude, a temperatura, a exposição à energia solar, os nutrientes presentes no solo, o acesso à umidade e às fontes de alimentação e de energia. Observe algumas dessas diferenças nas fotos do painel 1.

São as infinitas possibilidades de combinação entre todos esses fatores que permitem aquelas estimativas (da ordem de dezenas de milhões), mencionadas no início do capítulo anterior, sobre a quantidade de espécies existentes em nosso planeta.

vida depende da Terra, que depende da vida, que depende…

Como sabemos, a diversificação dos ambientes terrestres é anterior à própria existência da vida. Portanto, pode-se atribuir à diversificação dos ambientes uma grande responsabilidade pela variedade das espécies. Afinal, também como vimos nos capítulos anteriores, durante muito tempo o planeta foi palco da ação exclusiva de forças físico-químicas, e a vida só surgiu algumas centenas de milhões de anos depois da formação da Terra. A Terra constituiu-se primeiro como fenômeno físico-natural; só depois, com o advento da vida, tornou-se esse complexo biofísico que conhecemos.

Quando a vida surgiu, muitas das grandes diferenças entre os ambientes terrestres (temperatura, altitude e umidade, principalmente) já estavam configuradas.

Boa parte dessas diferenças, no entanto, foi refeita pela ação dos seres vivos. É o caso, por exemplo, do papel desempenhado pelas cianobactérias na produção do oxigênio presente na atmosfera terrestre, pelas coberturas vegetais na regulação da temperatura global (e, em consequência, no recorte dos continentes) ou pelos animais na fertilização dos solos e assim por diante.

Nesse sentido, a vida, além de decorrência natural da história e da diversificação das paisagens terrestres, tornou-se, ela própria, causadora e multiplicadora dessas paisagens.

Portanto, entre a vida e a Terra estabeleceu-se uma relação de grande reciprocidade e interdependência.

Vida e Terra passaram a compor um sistema complexo, cujo segredo de manutenção e desenvolvimento reside exatamente na diversidade de ambientes e de espécies que é produzida por esse sistema.

Para entender bem esse fato, imagine algumas situações em que, hipoteticamente, algumas variedades de espécies ou de ambientes fossem suprimidas. Se só existissem ambientes de águas salgadas, por exemplo, seria o fim de boa parte da fauna e da flora que, direta ou indiretamente, necessita de ambientes aquáticos de água doce para sobreviver; desapareceriam, por exemplo, diversos tipos de peixes, as aves que deles se alimentam e os animais terrestres que dependem desses peixes e aves, ou de seus ovos, para sobreviver.

Pode-se desenvolver o mesmo raciocínio para outras situações igualmente extremas, como imaginar que na Terra só existissem ambientes muito frios, com temperaturas abaixo de 0°C. Nesse caso, as manifestações de vida se reduziriam às espécies capazes de se adaptar a temperaturas muito baixas e que, além disso, não dependessem de plantas e animais que exigem temperaturas mais elevadas para sobreviver. Em qualquer caso, provavelmente a quantidade e a variedade de espécies sofreriam uma drástica redução.

Mas, com exemplos menos radicais (alguns, provavelmente, responsáveis por aquelas “grandes extinções” mencionadas no capítulo anterior) e que evocam situações mais corriqueiras, é possível perceber o papel desempenhado pela diversidade das espécies na manutenção e equilíbrio dos sistemas naturais.

Basta considerar, por exemplo, o processo de reprodução de grande parte dos vegetais, incluindo aquelas imensas árvores das florestas tropicais e equatoriais. Diferentemente dos animais, que se movimentam e, portanto, podem sozinhos acasalar, cruzar e produzir suas crias, os vegetais dependem do auxílio de “intermediários” para se reproduzir. Para a reprodução das espécies floríferas, por exemplo, é necessário que o pólen, pó muito fino presente nas flores, consiga chegar aos órgãos reprodutores das plantas. E isso só é possível quando o vento, a água ou diversos tipos de animais se prestam ao papel de “veículos” transportadores desse pólen. O mesmo ocorre depois com as sementes: é preciso que se espalhem, germinando por diversos lugares.

Nas aulas de Ciências você estudará esses processos em detalhe. Aqui, interessa apenas chamar a atenção para os diversos elementos que neles se envolvem, pois assim se poderá ter de fato uma dimensão de como a diversidade, a interação entre os diferentes seres vivos e também entre estes e os componentes não vivos dos sistemas naturais são fundamentais para a manutenção e reprodução desses sistemas e da vida que eles abrigam.

Para começar, observe na tabela da página seguinte os dados estimados de participação de alguns polinizadores (os “veículos” que transportam o pólen) no processo reprodutivo das plantas. Note que menos de 10% dessa polinização se deve ao papel exercido pela água e pelo vento.

A maior responsabilidade pela reprodução dessas plantas com flores (que são as plantas predominantes na flora terrestre), como se pode observar na tabela, cabe às abelhas, borboletas, mariposas, moscas, besouros, pássaros, morcegos e insetos variados. Animais de maior porte, como diversos tipos de mamíferos e vertebrados, embora não fiquem fora do processo, estão longe de ter a mesma importância que os insetos; juntos, todos os mamíferos e vertebrados (com exceção dos pássaros e morcegos) correspondem a menos de 1% dos polinizadores das plantas.

Polinizadores das plantas com flores do mundo

Polinizadores Número de espécies de plantas polinizadas (estimativa) Percentual de espécies de plantas polinizadas*
Vento 20.000 8,30
Água 150 0,63
Abelhas 40.000 16,60
Borboletas/mariposas 19.310 8,00
Moscas 14.126 5,90
Besouros 211.935 88,30
Insetos diversos 43.795 18,21
Pássaros 923 0,40
Morcegos 165 0,07
Mamíferos (todos) 298 0,10
Vertebrados (todos) 1.221 0,51

*0 percentual total não soma 100% porque a polinização pode ser atribuída a mais de um polinizador.

Observe agora um dos processos que estamos descrevendo.

A castanheira-do-pará é uma árvore típica da Floresta Amazônica. Ela só consegue se reproduzir por causa do trabalho de polinização executado pelas fêmeas de uma espécie de abelha, a euglossa. Mas as euglossas, para se reproduzirem, dependem da existência de uma espécie de orquídea, na qual os machos realizam o seu ritual de acasalamento.

A ausência de qualquer um desses elementos impede que o circuito se complete. Ou seja, se essas orquídeas especiais não existissem, muito provavelmente as casta-nheiras-do-pará também desapareceriam. Ou então, se as euglossas desaparecessem, uma parte das flores e árvores amazônicas também deixariam de existir.

Imagine que existem exemplos de histórias e relações semelhantes a essa da casta-nheira-do-pará e da euglossa para cada espécie de árvore, planta, flor e inseto existentes na Terra (mais de 90% das plantas devem sua existência ao trabalho polinizador de algum tipo de inseto). Todos esses exemplos reforçam a ideia de que o segredo do equilíbrio e da existência dos sistemas naturais reside precisamente na diversidade de elementos que os compõem e nas complexas relações que entre eles se estabelecem.

Os seres humanos e a diversidade da vida

Os assuntos já estudados em outros capítulos e os aspectos aqui abordados permitem especular acerca dos motivos que levariam a situações de devastação que observamos em larga escala por todos os lugares do planeta. As razões poderiam ir desde a deficiência de água ou de nutrientes, no solo, ao desaparecimento de insetos polinizadores ou das flores fornecedoras de pólen etc. E por trás de cada uma dessas razões, salvo acidentes e catástrofes naturais, estaria a mão do homem.

De inocentes colecionadores de orquídeas a implacáveis destruidores de matas (para desenvolvimento de agricultura, implantação de pastagens, extração de madeira, minérios etc.), todos, em maior ou menor escala, poderiam ser responsabilizados pelos processos de devastação.

Claro que ações como coleta de orquídeas silvestres demorariam muito mais tempo para repercutir na vida das árvores do que outras ações, como a derrubada de vastos trechos de mata, caso em que, de uma só vez e em um curto período de tempo, são eliminados diversos elementos (vivos ou não) que dão suporte às árvores. Mas o fato é que qualquer eliminação de algum dos fatores que compõem a diversidade dos sistemas naturais mais cedo ou mais tarde revela-se como uma ação nefasta para a sobrevivência e sustentação desse mesmo sistema.

São da própria dinâmica da natureza terrestre a eliminação, a substituição, a extinção ou o aparecimento de seres vivos e dos demais fatores que compõem a diversidade das paisagens que nos cercam, pois a renovação e o dinamismo têm acompanhado o curso da história da Terra. Mas, inegavelmente, desde o surgimento dos seres humanos e de suas organizações sociais, esse curso tem sofrido grandes alterações, sobretudo no que diz respeito à diversidade da vida. Como vimos no capítulo anterior, basta comparar o ritmo estimado de extinção das espécies antes e após o surgimento dos seres humanos, particularmente depois que estes se organizaram nas modernas sociedades industriais, para comprovarmos isso: de uma espécie extinta a cada mil anos (ainda na época dos dinossauros), passamos para situações como a atual, em que alguns estudiosos indicam um ritmo de extinção estimado em três espécies por hora!

À medida que em quase todo o mundo adotava-se o modelo das sociedades industriais, com seus padrões de consumo e de produção como principal referência de desenvolvimento e de organização econômica e social, as diversas populações e comunidades, apesar de manterem algumas diferenças culturais importantes, adquiriram muitos hábitos semelhantes e passaram a depender, direta ou indiretamente, dos mesmos tipos de matérias-primas e dos mesmos elementos da flora e da fauna. Esse fato contribuiu para a diminuição da diversidade, pois só os produtos escolhidos para satisfazer as necessidades atuais das pessoas e seus hábitos de consumo passaram a canalizar a atenção e os esforços de investimentos e de produção.

Por exemplo, 80% do suprimento mundial de alimentos baseia-se em menos de duas dúzias de espécies de plantas e animais. Qualquer pessoa pode mencionar uma boa parte delas em qualquer lugar do mundo: algumas plantas bastante conhecidas, como soja, batata, trigo, aveia, arroz, milho ou cana-de-açúcar, e animais também muito familiares, como algumas espécies de aves, bovinos, suínos, caprinos e peixes, compõem o suprimento alimentar de praticamente todas as pessoas do planeta.

Portanto, se considerarmos o alcance das sociedades humanas em termos planetários, o grau de conexão entre elas, o ritmo e o modo de vida adotados de uma maneira geral, pode-se afirmar que hoje elas constituem o principal fator de influência na diversidade da vida.

Criação e destruição da £ diversidade

As tendências históricas dos agrupamentos humanos demonstram que sua influência tem se dado muito mais no sentido da diminuição do que no do aumento da diversidade. O que é preocupante, pois, como vimos, a diversidade está na base de sustentação dos sistemas vivos.

Essas tendências históricas comprovam-se quando comparamos, por exemplo, o que se passou (e se passa) com a biodiversidade dos lugares que aderiram primeiro e mais intensamente aos modos de vida ditados pelas sociedades industriais modernas, com aqueles em que essa adesão se deu de modo mais frágil, tardio ou incompleto. Seria quase o equivalente a comparar potências industriais do hemisfério norte com países do hemisfério sul: nos primeiros, tendências naturais menos propícias à diversificação somam-se ao ritmo de sociedades urbano-industriais em pleno e máximo vigor; nos segundos, as condições físicas naturalmente mais propícias à diversidade de espécies são menos violentadas pelas características urbanas e industriais pouco vigorosas das sociedades que lá se encontram.

Essa comparação, especialmente em se tratando de biodiversidade, já foi estabelecida no capítulo 8. Não custa lembrar que os encontros e as combinações mencionados – entre as condições naturais e o dinamismo social – resultam em grande diferença na concentração de biodiversidade nas diversas regiões do planeta, particularmente quando comparamos hemisfério norte e hemisfério sul.

Reveja os mapas que ilustram a concentração e a diversidade da vida no capítulo 8.

Naqueles mapas constata-se a grande concentração de biodiversidade nos mananciais das zonas tropicais e equatoriais. Entre esses mananciais destaca-se a Amazônia que, embora pertença a vários países da América do Sul, tem a maior parte de seu território de extensas florestas localizado em terras brasileiras.

Na Amazônia brasileira, o principal manancial de biodiversidade do planeta, encontramos alguns exemplos significativos, que ilustram como os mecanismos reguladores da biodiversidade dos sistemas de vida na atualidade são produto das combinações estabelecidas entre as condições naturais e o dinamismo sociocultural. Mas, nesse caso, os exemplos também demonstram que a ação humana não se dá, necessariamente, apenas no sentido da diminuição ou desvalorização da diversidade da vida e de seus ambientes. Vejamos por quê.

O povoamento da Amazônia é bastante antigo; no mínimo ultrapassa uma dezena de milhares de anos. Hoje, das cerca de 200 comunidades indígenas que existem no Brasil, mais de 150 estão em território amazônico e ocupam aproximadamente 20% de toda sua área. A essas comunidades indígenas somam-se diversos outros agrupamentos de populações tradicionais: ribeirinhos, que vivem dos rios amazônicos e às suas margens; seringueiros, que extraem o látex da seringueira, depois transformado em borracha natural; castanheiros, que vivem da coleta da castanha; babaçueiros, que extraem uma infinidade de produtos (óleos, gorduras, fibras, frutos etc.) de uma palmeira chamada babaçu; e os quilombolas, como ainda são chamadas as populações que descendem dos habitantes de antigos quilombos, esconderijos * em que se agrupavam os negros escravos que conseguiam fugir.

Esse conjunto de comunidades, indígenas e tradicionais, vivem, de maneira geral, do extrativismo, da pequena agricultura, da caça e da coleta de víveres da floresta e de seus rios. Necessitam, portanto, para

AMPLIANDO OS HORIZONTES

O pioneirismo da biogeografia universal

Entre os vários ramos da geografia, há um voltado especialmente para o estudo e a explicação da distribuição das plantas e dos animais pelos territórios do planeta: a biogeografia. Mas normalmente, e estranhamente, essa geografia da vida não inclui os seres humanos, tema de várias especialidades da chamada geografia humana. Assim têm sido conduzidos os estudos e as pesquisas de biogeografia, desde que essa disciplina despertou o interesse de biólogos e geógrafos franceses no começo do século XX. Aliás, acreditam-se fundadores e pioneiros desse ramo de estudos.

Mas, antes deles, o alemão Friedrich Ratzel, ainda no século XIX, já havia proposto unificar sob um mesmo nome todos os estudos geográficos relacionados à vida, incluindo a dos seres humanos, ramo por ele denominado de antropogeografia (,anthropos, em grego, significa homem, humano). Para Ratzel, a fitogeografia (geografia das plantas), a zoogeografia (geografia dos animais) e a antropogeografia seriam todas apenas partes de uma biogeografia universal, denominação que ele sugeriu por volta de 1880.

Para o pensador alemão, cada uma dessas partes teria seus interesses e suas características particulares, mas seria fundamental entender as conexões existentes entre elas para que nos aproximássemos de uma compreensão mais real da dinâmica e da evolução da natureza terrestre. “Em verdade – dizia Ratzel na história dessa evolução, as plantas influenciaram as plantas, os animais influenciaram os animais, e estes, aquelas e vice-versa; mas nenhum outro organismo exerceu uma influência tão ampla e extensa sobre os outros seres como fez o homem, transformando de maneira muito profunda a fisionomia da vida na Terra.”

Essa percepção do papel dos seres humanos na relação com as outras formas de vida e com as paisagens terrestres confere um importante sentido aos estudos e às pesquisas que se praticam em nome da geografia, bem como à biogeografia universal proposta por Ratzel, um papel pioneiro na criação do que hoje entendemos por ecologia ou ambientalismo.

Biodiversidade- Palavra-síntese utilizada para designar o conjunto das diversidades de vida, de espécies e de ambientes. Normalmente empregada para referências às diversidades não humanas.

Complexo biofísico – Expressão que sintetiza o conjunto de fenômenos e de relações entre os elementos vivos (biológicos) e não-vivos (físicos) que constituem a geografia do espaço terrestre. Normalmente a empregamos para fazer referência às realidades anteriores à existência do homem; a partir daí, temos optado pela expressão antropobiofísico (v. glossário do cap. 3).

a manutenção de seus espaços de vida e de seus hábitos culturais que a flora, a fauna e as paisagens sejam ricas e variadas: para praticar a pesca dependem de rios limpos e para coletar os frutos da castanheira (ou o látex da seringueira, ou os vários produtos do babaçu) dependem de árvores produtivas e vivas, e tudo depende, por sua vez, de um conjunto de outros fatores, como insetos, animais diversos, flores, outras árvores, água, solo propício etc.

Compreende-se, assim, que, ainda hoje, em um mundo que pressiona no sentido da homogeneização dos lugares, das pessoas e dos seus esquemas de vida, o espaço amazônico se mantenha como um dos principais redutos de biodiversidade do planeta: a diversidade cultural e social lá presente gerencia, preserva e garante a reprodução da diversidade de flora, fauna e ambientes que caracterizam esse espaço.

Ou seja, o exemplo da Amazônia ensina que tanto as diversidades naturalmente estabelecidas como aquelas socialmente construídas tornaram-se fatores fundamentais para a sustentação dos complexos sistemas de vida existentes no planeta, em suas mais diversas manifestações.

O fato é que, já há algum tempo, a geografia da flora, da fauna e dos ambientes naturais tornou-se uma espécie de desdobramento da geografia dos agrupamentos humanos e de suas organizações socioculturais. Diversidade social e biodiversidade tornaram-se, portanto, faces de uma mesma moeda. Por isso, muitos estudiosos e investigadores do tema, sobretudo na abordagem geográfica das paisagens e ambientes terrestres, preferem, no lugar da palavra biodiversidade (identificada apenas com as variações naturais de flora e de fauna, excluindo o ser humano e suas ações sociais), a expressão “sociobiodiversidade”, por considerarem que esta expressa melhor as dinâmicas que presidem as geografias dos territórios da vida no mundo atual.

A DIVERSIDADE GARANTE A EXISTÊNCIA DA VIDA

Diversidade da vida – Referência às possíveis variações dos tipos, modos e manifestações de vida detectáveis e conhecidos na Terra.

Diversidade de ambientes – Variedade de combinações possíveis entre os diversos elementos e dinâmicas físico-naturais do planeta.

Sistemas naturais – Referência genérica aos diversos conjuntos de relações existentes entre todos os componentes formadores das paisagens e ambientes terrestres.

Sociobiodiversidade – Expressão que busca sintetizar a inclusão dos aspectos, arranjos e das ações das comunidades humanas entre as variações e diversidades de vida, de espécies e de ambientes.

A diversidade garante a existência da vida

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DIALOGANDO COM OUTROS SABERES E CONHECIMENTOS

Explique por que a diversidade sociocultural e a biodiversidade (entendida como diversidade de espécies de flora e fauna) devem ser vistas como “faces de uma mesma moeda”.

Você concorda que para melhor compreender essa relação entre a diversidade sociocultural e a biodiversidade, muito ajudam as informações e conhecimentos adquiridos nas aulas de várias outras matérias? Justifique sua resposta com alguns exemplos de aprendizados pessoais em outras aulas que não as de geografia.

Observe atentamente os vários aspectos, paisagens e elementos (vivos e não-vivos) das diversas imagens reunidas no painel de fotos destas duas páginas. Mesmo sem conhecer ou identificar exatamente os tipos e as origens das plantas, dos animais, dos lugares, das pessoas e demais aspectos visíveis nas fotos, tente estabelecer todas as possíveis relações que poderiam existir entre os componentes das imagens retratadas. Sugestão:

  •    comece pela foto A e indique quais as outras imagens do painel que deveríamos mencionar para explicar o que vemos nessa foto A;
  •    explique os vínculos existentes entre essas fotos selecionadas;
  •    repita o mesmo procedimento para todas as outras fotos;
  •    para suas explicações, inspire-se não só no que aprendeu neste capítulo, mas também nas relações já estudadas em capítulos anteriores.

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