Geografia

A Nova Ordem Mundial na Europa

Após o fim da ordem mundial bipolar começou a se delinear um período de “desordem mundial”, ao longo dos anos de 1990. Segundo muitos analistas, tal período pode ser definido como o de definição de uma nova ordem mundialDentre as características desse novo momento, em termos econômicos, temos a multipolaridade e, em termos geopolíticos e militares, a unipolaridade.

No âmbito econômico, chamar a nova ordem de multipolar foi uma decorrência das novas condições existentes, que fizeram transparecer de forma mais nítida o que há tempos já se vinha delineando mundialmente, ou seja, a definição de diversas áreas de influência econômica regionalizada.

Nesse caso, polarizada por diversas potências econômicas, dentre as quais se encontram os Estados Unidos, que solidificaram sua liderança econômica na América; a Alemanha, que firmou a sua na Europa; e o Japão, que solidificou a liderança econômica em vastas extensões da Ásia.

Já a definição da nova ordem, no âmbito político e militar, como unipolar, foi adotada em consequência da hegemonia política e militar exercida de maneira isolada pelos EUA, a partir do fim da antiga União Soviética, pois não existia outra potência militar no mundo que lhe pudesse fazer frente.

As organizações econômicas na Europa

A criação do Benelux

Na Europa, o fim da ordem mundial bipolar significou o término das fronteiras ideológicas que separavam os países desse continente. Isso foi fundamental para que a Europa se unisse visando enfrentar economicamente os Estados Unidos e o Japão, ganhasse força, especialmente nas décadas de 1990 e 2000. Os países que integravam o bloco socialista europeu, depois do fim da União Soviética, promoveram, por meio de uma série de reformas políticas e econômicas, a inserção de todos eles no fluxo de comércio e de produção capitalista.

Verificou-se o fortalecimento cada vez maior da mais poderosa organização econômica ou bloco econômico do mundo, a União Européia, cujas origens relacionam-se a uma ideia muito antiga na Europa: o da unificação econômica desse continente. A ideia começou a se concretizar após a Segunda Guerra Mundial, quando alguns países industrializados da Europa se uniram para formar organizações econômicas de livre comércio e, dessa forma, fortalecer seus laços comerciais no continente.

A finalidade da criação dessas organizações era viabilizar que os produtos produzidos por um dos países-membros pudessem ser exportados aos demais países-membros, livremente, sem incidência de tarifas alfandegárias. A primeira organização econômica criada na Europa com tal finalidade foi o Benelux, nomenclatura composta pela parte dos nomes de seus países-membros: Bélgie (Bélgica), Nederland (Holanda ou Países Baixos) e Luxemburg (Luxemburgo).

União AduaneiraA existência do Benelux foi oficializada em 1948 na forma de uma união aduaneira. Nesse tipo de organização econômica verifica-se, além do livre comércio entre os países-membros, a definição, em todos eles, da mesma taxa alfandegária incidente sobre os produtos importados. O processo de interação entre os países do Benelux, ampliou-se, de forma expressiva, por meio da assinatura de um tratado em 1958 que transformou a organização na “União Econômica do Benelux” e, depois disso, em 2008, quando passou a ser denominada apenas “União Benelux”.

O tratado assinado por esses países, em 2008, além de ampliar o processo de interação econômica entre seus membros, também expandiu a ação política conjunta entre eles, especialmente em relação às medidas tomadas no campo da justiça (como as direcionadas ao combate à criminalidade) e da preservação ambiental (a exemplo das voltadas à redução da emissão de gases do efeito estufa).

Essa organização econômica funcionou historicamente como modelo, para a criação, em 1957, por meio da assinatura do Tratado de Roma, da Comunidade Econômica Europeia (CEE), a organização econômica que daria origem à União Europeia.

A Comunidade Econômica Europeia

Comunidade EconômicaA Comunidade Econômica Europeia (CEE) era composta, à época de sua criação, em 1957, por seis países europeus, Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos (Holanda), o que explicava o fato de ela ser também denominada “Europa dos seis”.

Mais ampla que uma organização econômica, como o Benelux, a CEE estruturava-se na forma de mercado comum, razão também para que fosse denominada Mercado Comum Europeu (MCE). Nesse tipo de organização ou bloco econômico, além do livre comércio e da definição de mesma taxa alfandegária incidente sobre produtos importados, permite-se a livre circulação de trabalhadores entre os países-membros.

No período de 1973 a 1986, mais seis países solicitaram e foram aceitos como membros da CEE: Reino Unido, Dinamarca, Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal, o que fez com que no final desse período passasse a ser denominada “Europa dos doze”.

A União Europeia

Em fevereiro de 1992, os 12 países que integravam a Comunidade Econômica Europeia assinaram o Tratado da União Europeia, denominado com o mesmo nome da cidade holandesa em que foi assinado, ou seja, como Tratado de Maastricht. Nesse tratado foram definidas as bases da criação e do funcionamento da União Europeia.

Por meio dele, a União Europeia tomava a forma de uma união monetária, pois previa a implantação de moeda única, o Euro. Trata-se, dessa maneira, de um processo de interação em grau bem maior que na antiga CEE, pois significava praticamente o fim das fronteiras, tanto aos produtos e investimentos, como para a cidadania.

Em 1995, a União Europeia recebeu a adesão de mais três países, Áustria, Finlândia e Suécia, elevando de 12 para 15 o número de seus integrantes na organização, passando assim à denominação “Europa dos quinze”.

Em 2004 mais dez países passaram a integrar a União Europeia, Estônia, Lituânia, Letônia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Malta e Chipre. O novo bloco econômico recebeu o nome de “Europa dos 25”.

Em 2007, cinquenta anos após a assinatura do Tratado de Roma, que criou a antiga Comunidade Econômica Europeia, Bulgária e Romênia passaram a integrar a União Europeia, elevando o número de seus integrantes para 27 países-membros. A Croácia foi aceita em 2011, mas ainda não formalizou sua adesão.

União Europeia e Zona Euro

No dia 12 de janeiro de 1999 o Euro foi instituído como moeda oficial da União Europeia, mas não em sua plenitude. Quatro países da organização – Dinamarca, Grécia, Reino Unido e Suécia – não foram incluídos na Zona do Euro, alguns por vontade própria, outros porque não cumpriram as exigências à concretização dessa unificação monetária. Dos 15 países que compunham a União Europeia à época, 11 passaram a integrar a Zona Euro, número que foi elevado, até o ano de 2008, para 1 6.

Fontes utilizadas para fazer a aula A Nova Ordem Mundial na Europa.

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